A Mata Atlântica, historicamente a floresta mais devastada do Brasil, é também a floresta com o maior número de animais extintos em todo o território
A Mata Atlântica, antes da sua história de colonização e exploração predatória, se estendida ao longo de 1,3 milhões de km2. Hoje em dia, restam apenas 12,4% de florestas preservadas, representadas por descontínuos fragmentos florestais (ilhas) cercados por pastagem e/ou agricultura.
Dada sua notável exuberância em termos de biodiversidade, uma vez que é habitat de mais de 20 mil espécies de plantas e 2.400 espécies de animais vertebrados, muitas de ocorrência restritas ao bioma (endêmicas), e do seu histórico de degradação e elevado número de espécies ameaçadas, a Mata Atlântica é tida como uma das 25 florestas prioritárias para conservação em todo o mundo. Em termos técnicos, este bioma é considerado um hotspot da biodiversidade.
Apesar da sua importância, a Mata Atlântica é o bioma que possui o maior número de espécies ameaçadas do Brasil, totalizando 2.845 animais e 2.111 espécies de plantas sob risco de extinção. Além disso, o bioma é também o maior em número de espécies extintas na natureza com 8 (oito) animais extintos. Para as plantas a situação não é diferente. Um estudo científico avaliou que, das 4.950 espécies de árvores documentadas no bioma, 65% estão sob algum grau de ameaça.
Ainda, a Mata Atlântica é lar para cerca de 70% da população brasileira que, à exceção dos grandes centros urbanos, é fonte de renda para muitas comunidades tradicionais como as indígenas, caiçaras e quilombolas. Neste sentido, é inquestionável a necessidade de se proteger seus poucos fragmentos de florestas que ainda restam. E as ações e incentivos para conservação da Mata Atlântica devem ser concentrados em propriedades particulares, pois 80% dos remanescentes florestais do bioma se encontram em áreas privadas.
Baseado na relevância da Mata Atlântica, tanto em nível ambiental como social, e na importância de fomentar ações que incentivem produtores rurais e comunidades tradicionais a conservarem suas florestas, o Projeto BioMA Carbono – conservando a biodiversidade na Mata Atlântica foi criado.
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Fontes:
SOS Mata Atlântica (2024). Mata Atlântica. Disponível em: https://www.sosma.org.br/causas/mata-atlantica/
SOS Mata Atlântica (2023). Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: período 2021/2022. São Paulo. Disponível em: https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2023/05/SOSMAAtlas-da-Mata-Atlantica_2021-2022-1.pdf
IBGE (2022). Contas Econômicas Ambientais: Contas de espécies ameaçadas. Brazil. Available at: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/9625
de Lima, R. A. F. et al. (2024). Comprehensive conservation assessments reveals high extinction risk across Atlantic Forest trees. 383, 219-225. DOI: 0.1126/science.abq5099
Agência Brasil (2023). Atlantic Forest: Brazilian biome with most endangered species. Brazil. Available at: https://agenciabrasil.ebc.com.br/en/geral/noticia/2023-05/atla0003ntic-forest-has-highest-number-endangered-species-says-research
Myers, N., et al. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature. 403, 853-858. DOI: 10.1038/35002501
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